terça-feira, 29 de março de 2011

Passou


Nunca interpretei como um defeito a capacidade que tenho de esquecer o que quero e de não abrir as gavetas da memória aos contratempos menos bons da vida. Já está, passou, todos reflectimos, aumentámos o barómetro da atenção para tudo o que mexe na estrada e seguimos em frente, mas agora é fechar esta porta e abrir a janela para o que nos preenche o coração e nos faz sorrir. Não vou decorar datas nem fixar matrículas, nem as dores que tive ou as horas que passei deitada. Só não esqueço a imagem das caras de terror da família que seguia no carro que nos interpelou, a olhar fixamente os meus olhos. Num instante transformámos 2 carros num armónio. Levantámo-nos cobertas de pó de extintor e airbag e corremos aos 4 que nos atropelaram...ninguém perguntou se precisávamos de ajuda. Chegou por telefone. O espectáculo para o povinho foi melhor que o da missa na igreja em frente. Em cima dos muros, das janelas, interpelando-nos para espreitar...gente preocupada em ver para contar a história do dia, ou da semana. À sua maneira, empre com mais um ponto.

Um comentário:

Movimento Moda disse...

Bom lema de vida, perante uma situação tão complicada. O mundo é dos fortes.