Uma vénia a quem chegou com um panelão de leite quente para aqueles Senhores Heróis, após horas à chuva, molhadinhos que nem um pinto. Um abraço em silêncio a quem teve coragem para colocar os eléctrodos e imprimir o ritmo de assistolia nos carbonizados (de sexo irreconhecível) e está a trabalhar no dia seguinte como Pedra!Um uuuuuuuu bem alto para os srs. ministros que chegaram engravatados, bem jantados e de chapéu de chuva quando tudo já tinha sido resolvido...Um aperto de mão com arrepio na pele para os que largaram o conforto das suas férias ou o trabalho e se meteram à chuva para ajudar de colete fluorescente quem já tinha a roupa colada ao corpo. Um suspiro de alívio e satisfação por saber que existem profissionais preparados e formados para situações de caos como esta. Um encolher de ombros cabisbaixo com pena de não ter podido ir por estar a recebê-los (foi só 1, felizmente). Não sei o que faria se acordasse amanhã depois de um coma induzido por traumatismo grave e soubesse que o meu filho estava a ser enterrado e o outro a ser operado com a face desfigurada...preferia não acordar?
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